segunda-feira, 15 de março de 2010

Política - Patrus tenta dar nova cartada para emplacar seu nome em Minas

Thiago Herdy - Estado de Minas Publicação: 12/03/2010
Insistir na vinculação de seu nome com o principal programa social do governo Lula, o Bolsa-Família, é a última cartada do ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, para se viabilizar como candidato ao governo de Minas, em outubro. Nessa quinta-feira, em Belo Horizonte, ele defendeu como possível solução para o impasse em torno da escolha do candidato de oposição a realização de uma ampla pesquisa para avaliar, entre outros aspectos, a percepção do eleitor sobre a relação dos pré-candidatos da oposição com o Bolsa-Família. Patrus briga pelo posto com o ex-prefeito de BH Fernando Pimentel, e o ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB).

“Para resolver qualquer tipo de pesquisas, será preciso fazer um acordo. Eu vejo com simpatia uma pesquisa ampliada, que não pode ser um retrato deste momento”, disse o ministro, que defendeu a consideração de fatores como a perspectiva de crescimento das candidaturas e a vinculação com ações e programas governamentais. “No meu caso, a vinculação com o ministério, com o Bolsa-Família”, disse o ministro, na primeira vez em que citou o programa como um potencial agregador de votos para sua candidatura.

Em fevereiro, 1,1 milhão de famílias receberam o auxílio em Minas Gerais, o que coloca o estado na posição de segundo maior beneficário do programa, atrás da Bahia e à frente de São Paulo. Na conta do ministério, o número representa 4,5 milhões de pessoas atendidas, nem todas eleitoras. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estima em 14,1 milhões de pessoas o eleitorado mineiro. Nos últimos anos, o Bolsa- Família foi exaltado por petistas como um dos maiores trunfos do governo Lula, por distribuir renda, mas criticado por setores da oposição, que o avaliavam como uma política pública assistencialista.

No entanto, às vésperas do período eleitoral, a oposição recuou e deixou de lado a crítica ao programa, para evitar indisposição com o eleitorado beneficiário da iniciativa. Mais di que isso: apresentou recentemente um projeto de lei que sugere um pagamento a mais para crianças e adolescentes de famílias beneficiárias que se destacarem na escola. O texto é de autoria do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e vem sendo criticado pelo governo, por não especificar a origem dos recursos para sua implementação. Atualmente, 51,2 milhões de famílias, em todo o Brasil, recebem uma bolsa que varia entre R$ 22 e R$ 200.

Os termos da pesquisa que poderá definir o melhor candidato do PT às eleições de outubro seriam discutidos na noite de quinta, em reunião da Executiva Estadual do partido. “Tivemos a disputa do PED (processo de escolha da direção estadual), agora estamos vivendo um momento de distensão, as decisões estão sendo tomadas pela executiva por consenso”, disse Patrus.

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