quarta-feira, 24 de março de 2010

Morro do Pilar - Festa de ex-secretário tucano abre discórdia entre parlamentares mineiros

Alessandra Mello - EM - 24/03/2010

Em clima descontraído, deputado Marcus Pestana confraterniza com prefeito de Alvinópolis, João Galo (D) e vereador Bosco Ceza (E), de Urucânia
O ex-secretário de Saúde e deputado estadual Marcus Pestana (PSDB) ainda nem se lançou oficialmente ao cargo de deputado federal, mas sua estratégia em busca de votos para conquistar uma cadeira em Brasília já causa polêmica no Congresso Nacional. E uma festa na noite de segunda-feira, na Serraria Souza Pinto, em Belo Horizonte, para divulgar sua candidatura colocou ainda mais lenha na fogueira. Realizada com a desculpa de homenagear a passagem do deputado pela Secretaria da Saúde, ele ocupou o cargo durante sete anos, a festa reuniu cerca de mil pessoas, entre elas 52 prefeitos, vereadores e lideranças de diversas regiões do estado. O principal problema é que muitos dos participantes da comemoração, na qual Pestana foi lançado até mesmo candidato ao governo do estado em 2014, fazem parte da base aliada de outros parlamentares federais. Pelo menos oficialmente.

A festa, ao som de um grupo de chorinho, regada com muito chopp e com fartura e petiscos tipicamente mineiros, como pão de queijo com pernil, moela com pãozinho de sal, mandioquinha e pastel frito, tinha como um dos organizadores o prefeito de Guarani (Zona da Mata), José Xavier, filiado ao PT. Lá um dos majoritários é o presidente do PT mineiro, deputado federal Reginaldo Lopes. Também presente na festa estava o prefeito de Desterro do Melo, Mário Tafuri (PMDB), que exerce seu segundo mandato. “Ele nos ajudou muito quando era secretário de Saúde. Reformou o posto de saúde, doou uma ambulância e também um veículo para transporte de pacientes com doenças graves que fazem tratamento em outras cidades”, destacou Tafuri. Um dos majoritários na cidade é o deputado federal Rodrigo de Castro, companheiro de legenda de Pestana.

Também circulava com desenvoltura na festa o prefeito de Salinas (PTB), Zé Prates, cujo grupo político já declarou apoio à candidatura de Pestana, e o prefeito de Açucena, (Vale do Rio Doce), Ademir José Siman (PT), que chegou a discursar a favor do tucano. Também foi anunciado pelo locutor do evento a presença de chefes do Executivo, vereadores e lideranças de Guaraciaba, Pedro Leopoldo, Lavras, Morro do Pilar, Rio Pomba, São José do Goiabal, Aiuroca, Alvinopólis, Careaçu, Santa Rita de Jacutinga, Matias Barbosa, Divinésia, Pintopólis, Carmopólis, Jequeri.

Votação Pestana foi eleito para seu primeiro mandato como deputado estadual em 2006, na esteira do seu desempenho frente a pasta da Saúde. Nesse ano, sua votação foi concentrada nas regiões da Mata e Central, onde obteve 65,04% dos seus 104 mil. Nas eleições deste ano, seus colegas deputados apostam que ele deve chegar a cerca de 250 mil votos e ser o candidato a Câmara dos Deputados mais bem votado do estado, repetindo o feito de Rodrigo de Castro (PSDB), filho do secretário Danilo de Castro (PSDB), eleito pela primeira vez a um cargo com cerca de 294 mil votos.

A desenvoltura do ex-secretário junto aos prefeitos de todo o estado foi motivo de reclamações no ano passado e também nas eleições de 2006. Faltando poucos meses para o início oficial da disputa, a insatisfação continua, principalmente entre os partidos da base aliada do governador, especialmente o PSDB e do DEM. “Realmente, há um constrangimento muito grande com essa força política que ele conquistou em decorrência da pasta da Saúde”, reclama um parlamentar. Segundo ele, de nada adianta ter uma votação expressiva em todo o estado e depois não ter o apoio da bancada estadual nem federal, principalmente se quiser futuramente disputar outros cargos.

Outro parlamentar afirma que a maioria dos candidatos tem um acordo tácito de atuar de forma regional, como se o pleito fosse por distrito, apesar desse tipo de voto não vigorar no sistema eleitoral brasileiro. “Agora ficar atirando para todo lado, desrespeitando a base dos outros parlamentares e passando por cima de todos não é correto. Mas muitos fazem isso”, afirmou. Apesar da insatisfação, ninguém quis aparecer reclamando e todos os ouvidos pediram anonimato. “É que ele, com certeza, vai ser eleito deputado federal”, comenta outro adversário na disputa por uma vaga em Brasília, que deve exigir pelo menos cerca de 90 mil votos para os integrantes das legendas maiores.

Pestana nega que a festa tenha sido feita para lançar sua candidatura e garante que o evento não passou de uma homenagem feita por diversos representantes do setor de saúde, políticos e amigos diversos. “Foi uma homenagem de prefeitos e secretários por esses sete anos de convivência”. O evento, segundo ele, foi patrocinado com doações feitas pelos convidados. “Não tinha nada a ver com política e eleição. Essa festa tinha a ver com o passado e não com o futuro”. Ele também disse que não trabalha para ser o mais votado no estado. “Isso é bobagem. Não persigo esse objetivo”.

2 comentários:

  1. A hipocrisia impera no nosso meio político atual. Se não cobrarmos a reforma política e o financiamento público de campanha, levaremos nossa nação, rica e grandiosa, à falência devido à corrupção que tem seu berço construído no sistema eleitoral brasileiro.
    Uma mega festa como esta patrocinada por prefeitos!
    A grande maioria dos prefeitos, como o de Morro do Pilar, alega em seus discursos que estão impossibilitados de gerir as finanças de suas prefeituras devido a crise mundial. Dos demais, eu não posso falar. Mas em relação a Morro do Pilar, tenho observado e recebido muitas informações de funcionários públicos, professores, vereadores e moradores da cidade. Enquanto a prefeitura está à deriva, sem gestão, o prefeito esbanja habilidade financeira e econômica nas suas contas pessoais. Mais uma vez, segundo a população local, mas com o aval de alguns vereadores com quem tenho conversado a crise mundial não passou nem perto da vida financeira do prefeito. A crise pegou somente as finanças públicas, do município. Mas isto terá de ser verificado futuramente pela Câmara Municipal, Tribunal de Contas do Estado, Ministério Público Estadual e outros órgãos controladores, pois afinal matemática é ciência exata. Dois mais dois não podem ser iguais a cinco e nem igual a milhões. Voltemos à matéria em comento. Como o patrocínio não pode ser da prefeitura é lógico que saiu do bolso do prefeito. Como já disse, dinheiro é um grande problema para a prefeitura, principalmente quando precisa fazer investimento no hospital, no tratamento de água, no tratamento de esgoto, arrumar as estradas, implantar o piso mínimo para os professores, dar aumento para os funcionários da prefeitura, patrocinar os torneios esportivos na escola Intendente Câmara, patrocinar o maestro para a Banda Padre Tarcísio e outros. Mas para o prefeito, dinheiro não é problema e as prioridades são outras.

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  2. parabems ronny por ter enteresse por um morro do pilar melhor . conte com nosso apoio .hoje sempre adoramos a sua pessoa
    DEUS abençoe voce e sua familia
    o mais e miguelcorrea kkkkkkkk

    abraços

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