quarta-feira, 17 de março de 2010

Política - Patrus e Pimentel selam a paz no PT mineiro

Patrícia Aranha - EM - 17/03/2010

O PT mineiro recorreu ao presidente em exercício, José Alencar (PRB), para avalizar a declaração de paz entre os pré-candidatos do partido ao governo de Minas, o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel. O cenário foi o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, sede provisória do governo, onde Alencar recebeu Patrus e Pimentel, no início da tarde de terça-feira. Em pouco mais de meia hora de conversa, desenrolou-se a segunda cena do roteiro preparado pelo PT para mostrar a Lula que o partido fala sério quando insiste na candidatura própria, a despeito dos recados do próprio presidente de que prefere o nome do ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), como candidato único da base aliada. A primeira cena havia acontecido no fim da manhã de terça-feira, no gabinete de Patrus, quando foi selado o acordo com Pimentel para que o PT apresente apenas um candidato ao Palácio da Liberdade, antes do prazo de desincompatibilização dos ministros que pretendem disputar as eleições deste ano, em 3 de abril.

O esforço de mostrar unidade na base aliada em Minas será levado a Lula, assim que retornar da viagem ao Oriente Médio, na sexta-feira. Pimentel e Patrus garantiram a Alencar que retiram seus nomes da disputa, se o presidente em exercício decidir ser candidato a governador. Deixaram claro, contudo, que se Alencar preferir a vaga de senador, como tem afirmado publicamente, contam com ele na chapa majoritária encabeçada pelo PT.

Na segunda-feira, Lula telefonou para Alencar, por volta de 19h, e depois de perguntar sobre o resultado dos exames que confirmaram a redução dos tumores, disse que o aguardava para uma conversa sobre o cenário eleitoral em Minas. No PT, a expectativa é de que a reunião seja a quatro, com a participação de Patrus e Pimentel.

Lula já havia dado declarações públicas sobre a insatisfação com os desentendimentos entre os dois pré-candidatos do partido e avisou que não iria intervir para selar a paz. Mas o PT só começou a levar os recados a sério, depois que Hélio Costa e o PMDB começaram a divulgar a preferência do Planalto pela candidatura peemedebista. Foi o bastante para que Patrus e Pimentel, que desde a eleição para a Prefeitura de Belo Horizonte, em 2008, quando ficaram de lados opostos, só eram vistos juntos em eventos públicos, dessem sinais de aproximação, que culminaram na reunião de terça-feira.

Presente aos dois encontros de terça-feira, o vice-prefeito de Belo Horizonte, Roberto Carvalho (PT), comemorou o acordo. “Não há mais divergências no PT mineiro. É o fato novo que o Lula tanto nos cobrou. Pimentel e Patrus acordaram que, qualquer que seja o escolhido como candidato, terá o apoio do outro. Se José Alencar decidir ser o candidato, o PT todo apoiará”, disse. Em relação a Hélio Costa, Carvalho limitou-se a dizer que o PT procurará até o prazo de convenções partidárias, em junho, atrair o PMDB para que haja apenas um palanque para a ministra Dilma Rousseff (PT) a presidente. “Trabalharemos à exaustão para que o palanque único aconteça”, disse Carvalho, que faz parte do grupo de Pimentel. Uma das lideranças mais próximas a Patrus, o deputado estadual André Quintão (PT), acrescentou: “Não imporemos nomes a base aliada. Tentaremos convencer os partidos, entre eles, o PMDB, de que o PT tem maior viabilidade eleitoral para unificar o palanque de Dilma em Minas”, disse.

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