quinta-feira, 18 de março de 2010

Conceição - Preços de minério vão se aproximar de valores internacionais

RAQUEL MASSOTE - Agencia Estado

O diretor executivo de Ferrosos da Vale, José Carlos Martins, evitou hoje comentar as negociações sobre reajustes nos preços do minério de ferro. Segundo informou a consultoria e empresa de pesquisa Steel Business Briefing (SBB), a Vale estaria planejando aumentar os preços do minério de ferro para as siderúrgicas brasileiras em 80%, em duas parcelas. "Não confirmo, não desminto e não comento".

Martins disse apenas que o objetivo da mineradora é que os preços do minério se aproximem dos valores já praticados no mercado internacional. "A nossa política hoje é ter preços equivalentes aos que estão vigorando no mercado internacional".

Segundo o executivo, na China o minério tem sido vendido por cerca de US$ 130 por tonelada, incluindo o frete. Sem estes custos, os valores variariam entre US$ 100 e US$ 110 por tonelada. Os valores contratuais firmados no auge da crise financeira internacional ficaram entre US$ 55 e US$ 60 por tonelada, dependendo da qualidade do minério.

"Este preço está completamente fora da realidade de mercado e deve ser corrigido", apontou. Segundo ele, a demanda tem sido alta e está sendo puxada pela China, por outros países asiáticos e pela Europa. "Não sei onde o resultado da negociação vai chegar", afirmou.

Produção em MG

A Vale e o governo de Minas Gerais formalizaram hoje o protocolo de intenções que prevê investimentos de cerca de R$ 9,4 bilhões para a implantação de minas e usinas de beneficiamento de minério no Estado. Pelo protocolo de intenções, os recursos serão aplicados em três empreendimentos. Com os aportes, a produção de minério de ferro da Vale será ampliada em 46 milhões de toneladas por ano a partir de 2014, incremento de aproximadamente 25% em relação ao volume produzido atualmente, de 190 milhões de toneladas por ano.

Novos projetos, no entanto, estão a caminho. O diretor executivo de ferrosos da Vale, José Carlos Martins, disse que a mineradora espera anunciar em breve novos investimentos na expansão da capacidade de produção no Estado. "Esperamos no próximo ano concluir estudos no Estado para anunciar crescimento de produção equivalente ao que estamos anunciando hoje", afirmou.

Entre os projetos estariam novas minas, desenvolvimento das já existentes e novas áreas de mineração em outras regiões do Estado, incluindo o norte, onde estão situados os municípios Conceição do Mato Dentro, Guanhães e Salinas, e na região da Serra Azul. Atualmente, de acordo com o executivo, a produção de minério do Estado representa 70% do total produzido pela companhia. A vantagem da manutenção dos aportes, de acordo com Martins, deve-se à infraestrutura logística.

Os investimentos assinados hoje já haviam sido anunciados em outubro do ano passado pelo presidente da companhia, Roger Agnelli, ao governador de Minas, Aécio Neves (PSDB). Entre os empreendimentos estão o Projeto Apolo, que demandará, conforme o governo do Estado, R$ 4,4 bilhões. A nova mina está localizada entre os municípios de Caeté e Santa Bárbara, com capacidade para a produção de 24 milhões de toneladas por ano, podendo ser ampliado no futuro. O projeto ainda aguarda a obtenção da Licença Ambiental Prévia, mas a expectativa é de que o início das operações ocorra em 2014.

Os outros dois projetos, cuja construção já foi iniciada, consistem na implantação de usinas para o aproveitamento dos minérios considerados "pobres", denominados itabiritos. Uma destas usinas, cujos investimentos deverão atingir R$ 2,68 bilhões, será implantada na mina de Conceição, em Itabira, e irá utilizar novas tecnologias, que permitem a transformação de materiais estéreis em produtos com maior valor agregado. O projeto deve ampliar a produção total da Vale em 12 milhões de toneladas por ano, sendo que na unidade poderão ser produzidos finos de minério (sínter feed e pellet feed).

O outro projeto, Vargem Grande-Itabiritos, consiste também no aproveitamento de minérios itabiríticos das minas de Abóboras, Tamanduá e Capitão do Mato. A produção prevista é de 10 milhões de toneladas por ano de pellet feed. O investimento deverá chegar a R$ 2,3 bilhões. O término das obras está previsto para 2012.

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