sábado, 17 de abril de 2010

Política - PT reafirma candidatura própria em Minas

Juliana Cipriani - EM - 17/04/2010

Direção mineira reagiu ao possível acordo firmado pelos comandos nacionais do PT e PMDB. Decisão de prévias está mantida, assim como o calendário para escolha do candidato petista

Carlos Magno, Reginaldo Lopes e Miguel Correia, dirigentes do PT de Minas, não aceitam interferência da direção nacional do partido. Ontem, eles rebateram críticas

O PT de Minas Gerais reagiu na sexta-feira ao acordo que teria sido firmado quinta-feira pelas cúpulas nacionais petista e peemedebista para os dois partidos lançarem candidato único ao governo de Minas Gerais. O presidente do PT mineiro, Reginaldo Lopes, e os dois pré-candidatos ao Palácio da Liberdade, o ex-ministro Patrus Ananias e o ex-prefeito Fernando Pimentel, negaram ontem que haja qualquer definição, informaram que vão às prévias partidárias e não aceitarão decisões impostas nacionalmente. Também negaram que 9 de maio seja o prazo limite de uma decisão. O partido no estado vai brigar pela cabeça de chapa. A direção nacional petista evita a palavra intervenção, mas é certo que, se não houver acordo, haverá uma interferência para evitar o racha da base aliada em Minas.

O presidente do PT de Minas, Reginaldo Lopes, se disse surpreendido com as declarações do líder do governo, Cândido Vaccarezza, de que em 9 de maio PT e PMDB anunciarão o nome que lançarão juntos ao governo. “Ficamos estarrecidos, a tese de como vamos atuar na sucessão estadual só será submetida ao congresso do PT em 21,22 e 23 de maio. Antes disso o único encaminhamento é pela candidatura própria do PT”, afirmou. O dirigente deixou claro ainda que os mineiros não vão aceitar intervenção de Brasília. “Não adianta fazer acerto nacional porque o PT de Minas não se responsabiliza”, afirmou.


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Indefinição no PT afasta Dilma de Minas Lopes também respondeu ao senador Hélio Costa, pré-candidato do PMDB ao governo, que anteontem voltou a ameaçar os petistas com a possibilidade de tomar outro rumo. Na ocasião, o ex-ministro chegou a dizer que Minas tem maioria para decidir sobre a aliança nacional com o PT em torno da pré-candidata à Presidência Dilma Rousseff e que este poder de fogo seria usado se o acordo mineiro não sair. “Lamento que essa seja a postura do PMDB, porque para mim só existe um critério para continuar conversando com o PMDB de Minas com o apoio total à ministra Dilma. Se alguém tem dúvida de identidade, para mim está encerrada a discussão”, afirmou.

O dirigente do PT disse que nenhum partido vai impor prazos ao PT e informou ainda que apresentará a tese do palanque duplo para votação dos delegados e disse que Vaccarezza está livre para propor que o PT abra mão da cabeça de chapa. Para Reginaldo Lopes, a pressão de Hélio Costa por uma definição está dificultando o processo. “Nosso prazo é o da Justiça Eleitoral. Temos até 30 de junho para resolver nossa aliança com o PMDB”, afirmou.

O ex-prefeito Fernando Pimentel chamou de “boataria” o acordo entre PT e PMDB que teria sido fechado nacionalmente. “O que tem de certo é que queremos mesmo uma chapa só e forte. Mas ainda não tem nomes”, disse em sua página no twitter. Pimentel acrescentou ainda que os petistas brigarão pela cabeça de chapa. “Vamos fazer a prévia no PT em 2 de maio para escolhermos o nome que vai entrar na negociação com o PMDB e, claro, vamos pedir a vaga de governo”, afirmou.

Patrus disse a um site estar em sintonia com Pimentel e que as prévias são para valer. Sobre a hipótese de interferência do próprio presidente Lula, o ex-ministro também foi taxativo. “Quem dá a palavra final no PT é o PT. São as instâncias partidárias.”

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