domingo, 11 de julho de 2010

Conceição - José Fernando criticado por degradação ambiental

Alessandra Mello - EM - 09/07/2010

Candidata do PV à Presidência critica troca de última hora do programa de governo de Dilma entregue ao TSE e reclama da disputa pela paternidade do Bolsa Família

Belo Horizonte — A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, deixou claro ontem, durante encontro com simpatizantes de sua candidatura que pretende dirigir suas principais críticas a Dilma Rousseff (PT), sua ex-companheira de partido e adversária na disputa pelo Palácio do Planalto. Marina classificou como “vexatório”` o episódio da troca de última hora do plano de governo de Dilma registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O plano, que chegou a ser rubricado pela ex-ministra na Justiça Eleitoral, foi substituído por causa da polêmica envolvendo propostas como taxação de grandes fortunas, apoio ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e redução da jornada de trabalho.

“Não quero ficar fazendo picuinha, quero discutir o que é grande para o Brasil, mas mesmo um episódio como esse é revelador das coisas. Talvez mesmo ali estivesse o programa do PT, mas o grupo da coligação botou o pé embaixo mesmo depois do programa protocolado, rubricado. Foram lá e tiraram.” Segundo ela, a crítica foi só para “para mostrar que, quando as alianças não são feitas com base num conteúdo programático, a gente às vezes passa por situações vexatórias como essa.”

A troca do programa também foi criticada pela ex-petista Sandra Starling, uma das fundadoras do PT, que deixou o partido insatisfeita com a aliança entre a legenda e o senador Hélio Costa (PMDB), candidato ao governo de Minas Gerais, imposta pelo comando nacional da legenda. Segundo ela, ao protocolar o programa, o partido buscou a coesão interna com a esquerda, mas acabou atropelado pelos aliados. “Afinal de contas, qual é o programa? Se está assim antes, imagina se houver o depois. Acho que isso foi uma pequena amostra de uma coisa não inteiramente colocada, não transparente.” Sandra vai coordenar em Minas o comitê suprapartidário que deverá ser inaugurado em agosto. A intenção é reunir apoiadores de diversas legendas e também pessoas sem filiação partidária que tenham simpatia pela candidatura de Marina.

Saia justa
A senadora também criticou a briga travada entre Serra e Dilma pela paternidade do Bolsa Família. “Em política pública, não tem essa história de pai, nem de mãe, nem de tio, nem de avô. É política do Estado, do cidadão. É dinheiro do cidadão. Marina prometeu manter o Bolsa Família, mas ampliando o programa para garantir cursos profissionalizantes para os beneficiários caso seja eleita. “Faremos políticas sociais de terceira geração”, explicou. De Belo Horizonte, Marina seguiu para o Triângulo Mineiro, onde permanece até amanhã. Ela visita Araguari, Uberlândia e Uberaba.

Depois de ter seu candidato a vice-presidente, Guilherme Leal, notificado pelo Ibama por suposto crime ambiental em sua fazenda no litoral da Bahia, ontem foi a vez de Marina passar também por mais uma saia justa, desta vez envolvendo o candidato a governador pelo PV mineiro, deputado federal José Fernando Aparecido Oliveira.

Após o discurso de Marina para simpatizantes, um dos filiados do PV, Gustavo Gazzinelli, criticou o deputado pela sua relação com mineradoras acusadas pelos ambientalistas de degradação ambiental durante sua gestão à frente da prefeitura de Conceição do Mato Dentro (2001 a 2006) e exigiu dele “autocrítica”. Cobrou também organização política da campanha no estado e criticou a falta de apoio da bancada de deputados do PV à candidatura de Marina. Visivelmente constrangidos, a senadora e o deputado não responderam o ambientalista, acatando sugestão da coordenadora do evento, Sandra Starling, que disse não ser aquele o melhor momento para discutir o assunto.

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